segunda-feira, 15 de junho de 2009

De como podemos mudar de humor e de objetivos



Ainda era cedo quando chegamos a Santa Catalina de Somoza. Faltavam apenas 267 km para chegarmos à Santiago, como sempre cansados mas alegres de completar mais uma etapa dos 752 km iniciais.
Na entrada do "pueblo maragato", já havia um senhor que esperava os peregrinos, fazendo propaganda do albergue de seu filho, o San Blas, passamos ao lado e dirigímonos ao primeiro da rua. Era bem bonitinho e tinha um jardim interno muito florido. Registramo-nos fomos tomar posse de nossos beliches e tomarmos banho. Depois, como sempre acontecia, fomos percorrer a vila. O estilo maragato é um conjunto de taipas que servem de muros, casas de taipa e muitas flores. Ao passarmos nesta rua principal ( ou única ao longo da estrada, encontramos uma brasileira (uma das Graças) de Brasília, em frente e numa das mesinhas, daquelas metálicas de propaganda de cerveja, que nos recebeu com um grande sorriso. ElA E SUA HOMÔNIMA, HAVIAM SE HOSPEDADO NO ALBERGUE SAN BLAS, ONDE OCUPAVA A MESA ENQUANTO ESPERAVA QUE A OUTRA SE BANHASSE.( as maiúsculas sairam por engano). Sentamo-nos, a seu convite e ao sabermos que era dia de seu aniversário. Conversávamos, satisfeitos e alegres, quando um indivíduo, parou ao nosso lado. Nervoso, amassava um cigarro, apagado e nada dizia. Finalmente, dirigi-me a ele perguntando o que desejava, nada respondeu e continuou amassando o pobre cigarro. Perguntei-lhe que idioma falava, pois parecia não entender meu espanhol. Respondeu-me que falava espanho e dsse-nos o que beberiamos. Como eu já havia almoçado e bebido meu vinho, respondi-e que nada. Ele então muito mal-educadamente silicitounos: - ... que se vayan, pues estelugar és mio. Era o dono do estabelecimento que exigia consumo para sentarnos junto à uma sua hospede. Agradecemos e saímos, mto ofendidos e percorremos os poucos metros até o final da rua (cidade) e voltamos ainda indignados ao nosso albergue. São coisas pequenas que acontecem, nos desgostou muito porque eu havia escolhido esta vila pelo seunome que eu relacionava ao meu ESTADO NATAL DE SANTA CATARINA. Enfim, ao deitar-me, tentei rezar o Pai Nosso, pensando perdoar ao pobre homem, porém a mágoa ficou.
Dia 24 tinhamos de enfrentar mais um trecho e eu tratçara, que iríamos até Foncebadón, como sabia que esta etapa seria difícil, eu pretendia que fosse curta.
A subida logo mostrou-nos que teriamos que esforçar-nos bastante. As paisagens das montanhas de León, eram magníficas. Sempre cruzávamos com passagens do Caminho e encontrávamos sempre os mesmos peregrinos que paravam para falar conosco e incentivar-nos por fazer a subida em bici. Começamos à ouvir trovões ao longe, eu vi que em alguns montes havia chuva mas tinha esperanças que não viessem por onde estávamos. Cruzamos El Ganso, onde não vi ganso nenhum, devem tê-los afogados todos, passamos por Rabanal del Camino e então a chuva nos pegou quando chegamos em Foncebadón. Dirigi-me ao albergue Monte Irago, onde pretendia ficar, porém quando o hospitaleiro nos disse que não havia lugar para bicis, retiramo-nos, pois tinhamos bagagens, para nós valiosas e não queriamos deixá-las ao tempo.
Continuamos até a Cruz de Hierro, monumento em que é costume o peregrino depositar uma pedra que touxede sua terra, aos pés da Cruz que dá o nome ao lugar. A chuva nos acompanhava . Finalmente chegamos e nos abrigamos na capelinha de pedra que existe no local. Muitas pessoas também lá se abrigaram inclusibe um bando de alemães que nos maravilhou com uma apresentação coral. Logo chegou outra tempestade de granizo, fino e que durou pouco. Os peregrinos e bicigrinos aproveitaram a estiagem e se mandara, nós também os seguimos. Sabiamos que daí em diante teriamos só descida, porém seria um dos trechos mais perigosos para ciclistas, devido à prolongada descida, ao excesso de velocidade e às falhas dos freios. É um local onde sempre há acidentes, muitas vezes fatais. Mal haviamos ultrapassado a segunda curva, quando a chuva reiniciou, agora com fortes ventos e granizo que se pareciam com o tamanho de limões e que ao bater nos capacetes faziam um ruido muito grande além de doer ao atingir as faces e as mãos logo surgiu o albergue de Manjarin, nossa salvação ede mais de uma vintena de pesoas a pé ou bikes que alí buscaram refúgio e que foram convidados à entrar, interrompendo inclusive ao almoço do hospediro e de sua família. O ambiente era pobre e eles almoçavam à luz de velas, não havia energia elétrica e não sei porque a luz que entrava naquele albergue era escassa. Uma das moças que conosco chegou teve uma crise nervosa, devidoao granizo quefazia muito barulho e que parecia piorar a cada minuto. Sueli abraçou-a e a consolou, apesar da diferença de idiomas ela acalmou-se e ficou hospedada neste lugar (consistia num girau ao qual se acessava por uma escada improvisada). O hospitaleiro, disseram-me depois, filho de Tomás, o último templário (como se intitula), deixou sua refeição sôbre a mesa e atendeu-nos , a todos, um por um com uma chícara de café e palavras de conforto. Valeu. Onde menos esperávamos, encontramos um espírito cristão que soube : abrigar e repartir o calor de sua habitação, de seu fogão primitívo, com aqueles que necessitavam sem pedir nada em troca. Deus nosmostra que mesmo na pobreza encontramos quem é MAIOR que aqueles qu tem muitos bens. Deus seja louvado e abençôe Manjarin e seus maravilhos TEMPLARIOS.
Após amainar a chuva, arriscamos e seguimos em frente, já descansados e recuperados até El Acebo. Lá nos albergamos e ficamos em um quarto só paranós dois, acho que meeciamos um pouco de conforto.
Dia seguinte (25/05), após apreciarmos as construções de El Acebo, as montanhas em que em alguns trechos ainda havia neve e que cercavam a vila, prosseguimos, agora só descidas, paisagens maravilhosas, só que minhas nádegas estavam feridas e eu tinha de sentar-me de lado no selin. A todo instante, Sueli, parava para fotografar as coisas lindas e as vilas que se sucediam,
Riego de Ambros (não vi o Ambrózio, só seu rego0), Molina Seca é uma pintura, depois Ponferrada que já conheciamos de nosso curso de hospitaleiros. Como é uma cidade grande, perdi-me, como estava ficando de costume, e só me encontrei com a Su, chamando-a pelo celular (ela estava no caminho certo). Seguimos as indicações e os passos dos peregrinos que nos antecediam. Chegamos então à uma igreja antiga, com uma pequena pracinha em Columbrianos. Ao lado um pomar cheio de frutinhas vermelhinhas. Pulamos a taipa, que era baixinha e nos deliciamos com as primeiras ceejas que encontramos no camino. Plantei uns pinhões que havia trazido em minha bagagem continuamos em frente. Ponferrada fica num vale e também seus arredores, por isso pouco nos cansávamos, mas os "paises baixos" estavam muito doloridos e tinha dois grandes hematomas lá embaixo. Apesar de não haver montanhas as pequenas elevações eram longas e exigiam um certo esforço, aind próximo à Ponferrada, cruzamos Puentes Nuevas, Camponayara, Cacabelos, Pieros e finalmente chegamos ao Albergue Ave Fenix em Villa franca del Bierzo. Este albergue é famoso devido à figura de seu proprietário, que lá não se encontrava e que deixara aos hospitaleiros a função de administrar sua propriedade. Fomos muito bem recebidos e deram-nos acomodações boas. Havia uma frase que me causou um certo mal-estar: o peregrino pede, o turista exige. Depois entendi ao ver o máu estado dos banheiros e os buracos nos cobertores.
Conversamos. com uma brasileira, Beatriz, que nos orientou, como é o dia a dia de um hospitaleiro e nos demoveu disso, pois disse que minhas condições físicas não me permitiriam fazer tudo que é exigido do hospitaleiro voluntário. Guardei bem seus conselhos e depois de ouvir outros, no caminho e de piorarem meus hematomas, resolvi desistir destes meus propósitos, ao menos até melhorar bem dos assentos.
Villafranca del Bierzo é muito bonita. Percorremos suas ruas, jantamos e nos recolhemos.
Dia

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